POLÍTICA, UMA MISSÃO NOBRE DO CIDADÃO.
Francisco Assunção da Silva.
A Política deve ser entendida como a arte, ou a ciência de governar ou organizar as coisas públicas com o objetivo de regular e melhorar as condições essenciais dos cidadãos. Ela é importante porque modela a vida em sociedade e tenta garantir que os interesses da comunidade sejam preservados e os direitos individuais sejam ampliados. O conceito de política está estreitamente ligado ao conceito de poder e deriva da língua Grega Polis (Politikós) que significa tudo o que se refere à organização da cidade e, consequentemente, o que é urbano, civil, público e social.
No Brasil, como resultado de uma cultura política, elitista, corrupta e autoritária, o atual sistema político partidário, fomenta o aparecimento de um grandioso número de pessoas totalmente descomprometidas com os sonhos e interesses do conjunto da sociedade e agindo como se o Estado e suas instituições fossem meros espaços de seus interesses. Cria-se assim, um campo propicio para a demagogia e para constantes atos de corrupção, envolvendo políticos, empresários e funcionários públicos e a conseqüente impunidade de seus autores.
A conseqüência desse sistema é que a Política passou a ser considerada pela maioria da população brasileira, como algo nocivo e pernicioso, como ação corrupta e corruptora, indigna de ser praticada por pessoas sérias e de bem. Em todas as pesquisas que medem o grau de confiança da população em diferentes instituições, as organizações políticas – partidos, parlamento e governo – ocupam as posições mais baixas. Repulsa, desprezo e indignação são sentimentos comuns quando se pensa ou se comenta a sobre a política. É que de um lado, vê-se a política como uma atividade específica de elites e figurões, de gente graúda ou de seus apadrinhados, e, de outro, é vista como um trampolim para certas pessoas “vencerem na vida”. Nada mais seria que um vale tudo, em que não há princípios nem escrúpulos, os fins justificando todo e qualquer meio, por mais desonesto e absurdo que seja.
As distorções do regime político e do sistema partidário têm levado milhões de brasileiros à apatia política frente aos governos, aos processos eleitorais, à atividade partidária e à própria deterioração da situação social. Muitas pessoas honradas e qualificadas evitam a política enquanto indivíduos menos qualificados moral e profissionalmente são atraídos por ela. Vejamos o que nos diz a Palavra de deus sobre este assunto: “As árvores resolveram um dia eleger um rei para governá-las e disseram à oliveira: Reina sobre nós! Mas ela respondeu: Renunciarei, porventura, ao meu óleo que constitui a minha glória aos olhos de Deus e dos homens, para colocar-me acima das outras árvores? E as árvores disseram à figueira: Vem tu e teína sobre nós! Mas a figueira disse-lhes: Poderia eu, por ventura, renunciar à doçura de meu delicioso fruto, para colocar-me acima das outras árvores? E as árvores disseram Videira: Vem, Tu e reina sobre nós! Mas a videira respondeu: Poderia eu renunciar ao meu vinho que faz a alegria de Deus e dos homens, para colocar-me acima das outras árvores? E então, todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu, reina sobre nós! E o espinheiro respondeu: Se realmente me quereis escolher para reinar sobre vós, vinde e abrigai-vos debaixo da minha sombra; mas, se o não quereis, saia fogo do espinheiro e devore os cedros do Líbano! ( Juizes 9,8-15)
Desse modo, o envolvimento com a política transformou-se em uma decisão difícil para os homens e mulheres de bem. Num ambiente assim, passa a dominar a descrença e o desencanto na política na política, além do descrédito nos políticos, o que conduz à perniciosa idéia de que a democracia é o terreno propício a alimentar os demagogos e suas promessas nunca cumpridas. Sendo omisso ou alheio às questões políticas, o cidadão está fazendo também fazendo política, pois está permitindo que pessoas descomprometidas com a sociedade e com os valores éticos e cristãos, continuem usando a política em seu benefício único e exclusivo ou de seu grupo. A apatia e o desprezo com que muitos brasileiros encaram o funcionamento do nosso sistema político é o principal combustível que alimenta a corrupção, o desmando, o desrespeito às autoridades. Daí a necessidade de todos nós fazermos política. É preciso fazer política. Mas o que diz a Palavra de Deus sobre a Política?
Veja o que está escrito em Provérbios 29,2: “ Quando dominam os justos, alegra-se o povo, quando governa o ímpio, o povo geme”.
O Papa João Paulo II afirmou que a Política é a melhor maneira de se praticar a caridade.
No decorrer da História, percebemos os grandes homens de Deus que foram também grandes políticos. Vejamos alguns deles: Moisés, Davi, Salomão, Josué, Daniel, Neemias. Tivemos também algumas mulheres que tiveram papel fundamental para a salvação e libertação do povo de Deus. Quem nunca ouviu falar de Judite e Ester? Esses homens e mulheres de Deus tiveram suas ações políticas orientadas por sua espiritualidade de intimidade com Deus. Eles não separaram sua experiência de Fé da sua vida social e política, mas ao contrário, usaram sua fé para agir na vida social e política de seu povo.
A esse respeito, o Senhor Jesus disse aos seus discípulos: Vós sois o Sal da terra e Vós Sois a Luz do Mundo. Mt. 5, 13-16. Para que serve o sal? Para que serve a Luz? O Cristão é chamado a dar sabor e levar luz para a prática política. Quanto à participação dos cristãos na vida política e social do país, ou no exercício de alguma forma de poder, o Senhor nos adverte: Os governantes dominam e oprimem seus subordinados, mas entre vós, não deve ser assim. Aquele que quiser ser o maior deve ser o servidor de todos.
Ainda em relação às nossas atitudes em relação à participação política o Senhor Jesus afirma: “Os filhos das trevas são mais astutos que os filhos da Luz”.e disse também: “ Sede mansos como as pombas e astutos como a serpente”.
O próprio Jesus nos alerta para a necessidade de não nos omitirmos em relação ao nosso direito e nosso dever de cidadão. O eleitor cristão precisa tomar algumas atitudes que correspondam à sua fé:
Votar em candidatos cristãos e católicos comprometidos.
Apoiar os candidatos que estejam comprometidos com a doutrina da Igreja.
Denunciar e rejeitar os candidatos e os partidos que estejam comprometidos com projetos contrários à doutrina cristã e católica, tais como a descriminalização do aborto, legalização da maconha que abre caminho para outras drogas, casamento homo afetivos, e outros projetos semelhantes.
Nem sempre tivemos a oportunidade de escolher os nossos governantes. Houve épocas em que o Poder era passado de geração em geração, de Pai para filho. Hoje, podemos escolher os nossos governantes. Temos o poder de decidir quem nós queremos que nos governe. Nesse sentido, a Palavra de Deus nos diz: “ Diante de ti, ponho a benção e a maldição, o bem e o mal, a água e o fogo, a vida e a morte... estende a mão e escolhe o que desejares. Aquilo que escolheres, lhes será dado. Eclesiástico 15, 17-18.
Se não despertamos, perderemos a grande oportunidade eleger políticos que tenham princípios éticos e comprometidos com o bem.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
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