quarta-feira, 5 de maio de 2010

PROJETO POLÍTICO NACIONAL DO MINISTÉRIO

PROJETO POLÍTICO NACIONAL DO MINISTÉRIO
DE FÉ E POLÍTICA DA RCC – BRASIL
Marizete Martins N. do Nascimento & Equipe Nacional

“Igreja não pode ignorar a política, não apenas enquanto instrumento necessário de organização da vida social, mas, sobretudo enquanto expressão de opções e valores que definem os destinos do povo e concepção do homem.” (DOC. 40, CNBB)

PROBLEMA:
Falta de conscientização e compromisso com a atividade política por parte da maioria do Povo de Deus.

O QUE É O MINISTÉRIO DE FÉ E POLÍTICA

Mediante a experiência com o divino nasce na pessoa a sua concepção do ser cristão. A partir do momento em que ela começa a se preocupar com meio social, flui nela a consciência de cidadania, ficando inicialmente inquieta com as injustiças à sua volta, gerando, desta forma, a vontade de participar como agente transformador do processo democrático para contribuir na busca de uma sociedade mais justa e solidária. Portanto, cabe ao Ministério de Fé e Política, na RCC, informar, motivar e estimular o aparecimento de “mobilizadores” que sejam agentes desta transformação social.
Numa seqüência quase natural, surgirão os vocacionados a participar do pleito eleitoral como candidatos a um cargo eletivo. E neste particular, o Ministério estimula que se oportunizem programas de formação e estudos da DSI (Doutrina Social da Igreja) para assessorar estes vocacionados para a vida pública.

DIRETRIZES DO MINISTÉRIO DE FÉ E POLÍTICA
 Compromisso com a autenticidade da prática da Fé.
 Compromisso com os valores éticos e evangélicos tais como a vida, a solidariedade, a justiça, a fraternidade, a coerência e a retidão..
 Compromisso com a construção de uma sociedade democrática, culturalmente plural, emocionalmente justa, ecologicamente sustentável, socialmente solidária e eclesialmente de comunhão e participação..
 Compromisso de favorecer um espaço e mentalidade que dê condições de se relacionar com o diferente, fazendo a experiência da convivência, do diálogo e tolerância para um relacionamento aberto ao pluralismo.
 Compromisso e ousadia de buscar saídas simples e coerentes para os problemas mais prementes do povo, principalmente os mais empobrecidos, apostando em caminhos novos.
 Compromisso de proporcionar um acompanhamento sistemático e integral às pessoas que assumem conscientemente sua fé, atuando nas várias instâncias da realidade.
OBJETIVOS:

1. GERAL


Evangelizar, formar e exortar a RCC a participar, com coragem e discernimento, da atividade política “ para gravar a Lei Divina na cidade terrestre”.

2. ESPECÍFICOS
 Levar a proposta de santidade e para os cidadãos, para o meio público e para os políticos.
 Formar a consciência cívica, ética e política dos cidadãos carismáticos;
 Evangelizar o meio público, a administração pública nas esferas municipal, estadual e federal;
 Acompanhar o processo eleitoral e as atividades dos mandatários de cargos políticos (RCC), pelo método VER – JULGAR – AGIR e REVER.
 Criar Conselhos da RCC “in loco” para assessorar e acompanhar as atividades dos mandatários de cargos públicos (poderes Executivo, Legislativo e Judiciário) incentivando a participação popular.
 Elaborar seminários para cada instancia da Política. ( Política Cidadã, Política Técnica e Política Partidária).

JUSTIFICATIVA

A caminhada da RCC tem como característica levar a pessoa a passar por uma experiência de crescente amadurecimento. Inicialmente a pessoa é batizada no Espírito Santo e começa a sua relação vertical com o Divino. Esta fase normalmente e conhecida como o primeiro amor quando a pessoa se encanta por ter descoberto Jesus de uma maneira tão apaixonante.
Esta relação impulsiona a pessoa a experimentar os dons do Espírito Santo, que através dos carismas leva-o a colocar-se a serviço do outro. Momento este em que a pessoa descobre de maneira prática a relação horizontal com o seu próximo, quando um irmão ajuda o outro espiritualmente. Aqui a fraternidade é descoberta como expressão de amor.
Mas, conforme o Papa Bento XVI, “ Se na minha vida falta, totalmente, o contato com Deus, posso ver no outro, sempre apenas, o outro e não consigo reconhecer nele a imagem divina.” ( DEUS CARITAS EST, Nº 18). Assim a fraternidade em, Deus passa a ter uma nova dimensão e o inverso também é verdadeiro. Ou seja, a aproximação de Deus tem seu ápice quando enxergo no irmão a própria imagem de Deus, por amor a Deus.
É nesse momento que o Ministério de Promoção Humana e o MINISTÉRIO de FÉ E POLÍTICA abrem as portas para que o cristão renovado possa alcançar com maior amplitude a vocação da caridade. Porém, esta ação associativa e promocional atinge um número restrito de pessoas no universo da sociedade empobrecida.
A partir daí, brota a necessidade de os cristãos abrirem os olhos e o coração para uma esfera mais ampla de caridade, onde o bem praticado já não tem destinatário definido. Neste particular, o Ministério de Fé e Política, apresenta-se como a vocação primeira do cristão comprometido com o bem comum, com o, próximo e com a santidade. Fica, portanto, patente que a intenção da RCC não é trazer a política para dentro do movimento, mas antes, levar a proposta de santidade para os cidadãos, para o meio público, administração pública e para as autoridades públicas.
E assim, citando a carta apostólica do Sumo Pontífice Bento XVI, “... no seio da comunidade dos crentes não deve haver uma forma de pobreza tal que sejam negados a alguém os bens necessários para uma vida digna, ” o que plenamente pode ser alcançado através de uma política Santa. “ Neste ponto, política e Fé tocam-se”. (cf. Encíclica DEUS ACARITAS EST, p. 28)

PROCESSO METODOLÓGICO

Atualmente, o Ministério de Fé e Política busca rever a sua identidade dentro da RCC. Teria sido criado unicamente para atender aos pleitos eleitorais e aos interesses dos candidatos quanto às suas candidaturas?
Se a resposta é sim, então o trabalho deste ministério torna-se bastante simplificado e ao mesmo tempo complicado e inexpressível.
Uma contraposição ao avanço da bancada evangélica seria a única argumentação que restaria para manter tal serviço pastoral – o que é muito pouco. Neste caso, melhor seria confundi-lo ao Ministério da Promoção Humana e perseguir um trabalho ao menos de cunho social.
Caso a posição de consenso seja quanto a perspectiva de visões mais ousadas, então se pode pensar em propor uma ação mais ampla e uma preocupação com uma evangelização da máquina do Estado como um todo. Nesta perspectiva os políticos tornam-se uma grande engrenagem que move o poder publico e influencia a vida de milhões de brasileiros e assim se entende a importância de encontrar um novo modelo de gestão desta nação. Neste sentido, o Ministério de Fé e Política entende que a sua metodologia de trabalho dar-se-a em três frentes de ação:

1) Evangelização do Meio Público.

A RCC, em sua tarefa de interceder e orar pelos irmãos, nação pode esquecer daqueles que embora não saibam, são os mais necessitados de oração, uma vez que exatamente a estes, Deus confiou a tarefa de cuidar do Erário e da ação da máquina do governo em todas as suas esferas. Isto inclui políticos, os seus assessores, secretários, corpo administrativo e técnico, os procuradores, magistrados, membros do ministério Público, policiais, militares das forças armadas e servidores funcionários públicos em geral, sem os quais este país tornar-se-ia um mercado livre, onde as leis de competitividade nem sempre zelam pelos mais fracos,menos competentes ou carentes dos cuidados especiais.
Mesmo o setor empresarial precisa de um trabalho que promova a evangelização deste. Nesse sentido o importante é ter em mente que o objetivo principal é a conversão individual das pessoas envolvidas.
2) Formação

Formação das pessoas, onde se buscaria através de estudos da D.S.I. ( Doutrina Social da Igreja) e da Moral Social, avançar na capacitação de lideranças que estejam envolvidas com o processo de disseminação das culturas políticas implantadas pelo nosso país. Claro que em primeiro plano estariam os participantes do próprio ministério, mas num segundo plano se encontrariam todas as lideranças da RCC, que não podem se furtar de participar de uma capacitação mais adequada aos novos tempos. Tempos esses que impõem a necessidade de um povo mais esclarecido quanto às questões sociais deste nosso país, até como forma de mostrar seu compromisso individual com a evangelização, sensibilização e conscientização do povo de Deus.
Vale lembrar que a D.S.I. discorre a partir da razão e do direito natural, isto é, a partir daquilo que é conforme a natureza de todo ser humano. E sabe que não é tarefa da Igreja fazer ela própria valer politicamente essa doutrina: quer servir a formação da consciência na política e ajudar a crescer a percepção das verdadeiras exigências da justiça e, simultaneamente, a disponibilidade para agir com base nestas, ainda que tal colidisse com situações de interesse pessoal. ( cf. DEUS CARITAS EST, 28).
Na seqüência, ainda na mesma frente de ação deverá, o próprio povo de Deus, receber e participar de estudos e formação, para alcançar todo este avanço no sentido de buscar conhecimento e competência a respeito da Doutrina Social da Igreja e da Moral Social.

3) Acompanhamento do processo eleitoral

E finalmente, a terceira frente do Ministério de Fé e Política, refere-se ao trabalho de acompanhamento do processo eleitoral. E nesse sentido, também aqui, é necessário identificar algumas frentes secundárias: Eleitores, Políticos Partidários e a RCC.

a) Eleitores

O trabalho com os eleitores será feito através de uma sensibilização sobre o voto e sobre os mecanismos que regem as eleições. Em atenção ao povo de Deus, que em ultima instancia é quem deve desenvolver a capacidade de decidir sobre o merecedor de seu voto, tornando-se, assim, agente do processo democrático e não massa de manobra na mão de qualquer instancia hierárquica.
b) Políticos partidários

Os políticos merecerão atenção para varias fases da vida publica, desde a situação como candidatos, até a posição como mandatários. Num primeiro momento através de assessoramento ao entendimento das leis eleitorais e das ideologias partidárias. Num segundo momento através de equipes de acompanhamento do mandato do político eleito.
Inclui-se aqui a necessidade de estipular um processo de consulta às bases, para avaliar o apoio à candidatura de cristãos carismáticos. Nesse particular, é preciso ter um posicionamento claro de apoio ou não às candidaturas, sem, contudo descuidar do trabalho de conscientização para chamar a atenção sobre o valor do voto e do despertar para uma consciência crítica de avaliação dos candidatos.
Não esquecer que os políticos estão ligados ao partido, com a formação pela RCC, porém com a obrigação de concatenar a formação à vida pública.

c) RCC

Finalmente, a RCC, através de um posicionamento em relação à política local, para a qual se aconselha que seja em comunhão com a Igreja. Salienta-se aqui, que o desenho de um Projeto Político Nacional é algo que será construído paulatinamente com a experiência desta caminhada conjunta.
Para o processo eleitoral é preciso não descuidar da discussão dos principais temas de interesse da política nacional ou local. Assim, a RCC deve buscar uma leitura mais homogênea do quadro dos políticos e candidatos que se apresentam para fornecer subsídios ao povo e à própria RCC.

CRONOGRAMA
Projetos 2006 2007 2008 2009
Cristianismo e Cidadania 2006 2007 2008 2009
Evangelização do Meio Público
2006 2007 2008 2009
Autoridade Espiritual para o exercício da função publica
2006 2009

Sensibilização visando formar consciência política ( Grupos de Oração e grandes encontros)
2006 2007 2008 2009

Orientações para o acompanhamento do processo eleitoral
2006 2008 Mobilização para a participação popular
2006 2007 2008 2009

Orientação aos eleitores 2006 2008

AVALIAÇÃO
A avaliação será semestral com a Equipe Nacional do Ministério e Anual com o Conselho Nacional da RCC.


BIBLIOGRAFIA
AMOR SEM LIMITES, Textos para reflexões para grupos, CNBB, Paulinas, São Paulo, 1999.
ÁVILA, Fernando Bastos, SJ, Pequena Enciclopédia da Doutrina Social da Igreja, 2ª edição, Loyola.
BIBLIA SAGRADA, Ave Maria, 146ª edição.
BIBLIA SAGRADA, TEB, Edições Paulinas e Loyola, nova edição revista e corrigida.
BONAVIA, Padre Pablo, Neoliberalismo e Fé Cristã, in Globalizar a esperança, Edições Paulinas,
1998, p.56 a 59.
CARTA ENCICLICA DEUS CARITAS EST, Papa Bento XVI, aos Bispos, Presbíteros e Diáconos ,
às pessoas consagradas e a todos os fiéis leigos sobre o Amor Cristão. Edições Paulinas, 189
3ª Edição – 2006 – São Paulo.
CARTA ENCICLICA FÉ E RAZÃO, Papa João Paulo II
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, 3ª Edição – Editora Vozes, Edições Paulinas, Loyola e Editora
Ave Maria.
COLEÇÃO DOCUMENTOS DA IGREJA, Encíclicas de João Paulo II.
COMPENDIO da DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA/ Pontifício Conselho Justiça e Paz, CNBB – São
Paulo, Paulinas, 2005.
COMPENDIO DO CONCILIO VATICANO II, 16ª Edição, Editora Vozes.
CONCLUSÕES DA IV CONFERENCIA do Episcopado Latino Americano Santo Domingo, Texto
Oficial, Edições Paulinas, São Paulo, 1992.
ELEIÇÕES 2006: Coleção Orientações da CNBB, São Paulo, 2006.
EXORTAÇÃO APOSTÓLICA Christifideles Laici.
FERNADES, Francisco, Luff, Celso Pedro Guimarães, E. Marques, Dicionário Brasileiro Globo, Editora Globo, 48ª Edição. São Paulo, 1997.

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